LUANA
VITRA
1995 — Belo Horizonte
Vive e trabalha em Belo Horizonte
ESCORA PARA TETOS PRESTES A DESABAR 01-CIMENTO, LAMA TECIDO AMERICANO CRU E MADEIRA-270 X 140 X 100 CM-2019
ESCORA PARA TETOS PRESTES A DESABAR 02-CIMENTO, LAMA TECIDO AMERICANO CRU E MADEIRA-270 X 140 X 100 CM-2019
Lata para transporte da memória de paisagens desaparecidas 01-Lata, tinta de parede, arame, ferro e madeira- 38 x 23 x 23 cm – 2018
Lata para transporte da memória de paisagens desaparecidas 02-Lata, tinta de parede, arame, ferro e madeira- 38 x 23 x 23 cm – 2018
Lata para transporte de paisagens abertas para exploração extrangeira 01-Lata, tinta de parede, arame, ferro e madeira- 38 x 23 x 23 cm – 2018
Lata para transporte de paisagens abertas para exploração extrangeira 02-Lata, tinta de parede, arame, ferro e madeira- 38 x 23 x 23 cm – 2018
Lata para transporte de paisagens constratadas 01-Lata, tinta de parede, arame, ferro e- 38 x 23 x 23 cm – 2018
Lata para transporte de paisagens constratadas 02-Lata, tinta de parede, arame, ferro e- 38 x 23 x 23 cm – 2018
OBJETO PAISAGEM 2-FERRO, CIMENTO, MADEIRA, PREGO, LIXA, VIDRO, ARAME E TINTA – 86 X 25 X 03 CM-2018_
CÉU É SUTURA DE UM TETO QUE DESABA: CHÃO – CAIXAS DE LUZ DE FERRO, CIMENTO E GRADES DE FERRO – 70 X 60 X 04 CM – 2018
Luana Vitra
A artista plástica, LUANA VITRA é formada pela Escola Guignard – UEMG. Também é formada pela Escola Livre de Artes e performer, como bailarina. Cresceu em Contagem, cidade industrial da região metropolitana de Belo Horizonte – MG, que fez seu corpo experimentar o ferro e a fuligem. É filha de Jorge, marceneiro com mãos que como lixas retiram lisura da superfície das árvores. Sua mãe, Graziela, professora que ensina sílabas se juntarem no corpo através da poesia.
Em sua pesquisa, Luana profana a indústria com a terra, em busca da sobrevivência e da cura das paisagens que habita. Entende seu corpo como paisagem inicial, e sua ação como micropolítica na lida com a materialidade que seu trabalho evoca.
Corpo rasgado em estado de céu aberto
Embora trazendo uma visão idílica do que entendemos por paisagem, Luana Vitra evoca o cenário de muitas das cidades brasileiras contemporâneas, espaços onde as noções tradicionais de natureza e cultura carecem de sentido. Em sua concepção, o que compõe o enquadramento cotidiano são os vestígios de um mundo manipulado à exaustão pelo ser humano.
Apesar do caráter trágico que uma descrição como essa aponta, os trabalhos de Luana são mais que testemunhas do cataclismo chamado Antropoceno. Justamente por se referirem a essa era geológica conformada pela ação humana, não podemos deixar de vislumbrar a dimensão do afeto que estabelecemos com o entorno, independentemente de qual ele seja. Afeto esse construído pelo hábito, mas também pelas vivências, pelas relações estabelecidas nele e com ele. É essa aparente contradição que os trabalhos descortinam.
Imagens de si mesmo
Luana ressignifica o resto, o descarte, o inacabado, cria imagens a partir do que ainda não é ruína. No entanto, os despojos escolhidos por ela não são como os “fragmentos de civilizações antigas” ou “resquícios de monumentos”. São restos de nós mesmos, resíduos da nossa vida cotidiana, os quais estampam a paisagem que configura nosso dia a dia. Portanto, ela faz imagens com o que ainda não se foi, porque ainda não é passado.
As paisagens de Luana ressaltam a delicadeza do descarte, a riqueza daquilo que não damos valor e a importância que isso tem em nossas vidas. Ao retirar a coisa já sem função de seu primeiro registro de atuação, ela traz à tona a beleza e a tragédia do que sobra.
Nos trabalhos de Luana fragmentos formam composições que inadvertidamente poderiam ser associadas ao minimalismo. Mas essa associação seria equivocada, pois as formas e os materiais industriais não estão aqui para exaltar suas qualidades plásticas e físicas. Eles são vestígios, sintomas do equívoco messiânico e explorador chamado sociedade ocidental. Essa transforma tudo e todos em testemunhas de sua atuação, ao configurar vidas e afetos em torno de seus destroços. Assim como os viajantes recortavam imagens paradisíacas do mundo novo, os trabalhos aqui apresentados transformam os rejeitos em ruínas ao fazer deles enquadramentos do mundo atual.
por Rachel Cecília de Oliveira
Formação
- Bacharel em Artes Plásticas com habilitação em escultura pela Escola Guignard – UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais). 2018
- Formada em Dança pela Escola Livre de Artes (ELA). 2015 -2017
Exposições Individuais
- Três guerras no peito. Centro Cultural São Paulo – CCSP – São Paulo|SP. 2020
- Corpo rasgado em estado de céu aberto. Galeria Periscópio Arte Contemporânea – Belo Horizonte|MG. 2019
- Carregar o poema nas costas. Galeria de arte Centro Cultural Sesiminas. Belo Horizonte|MG. 2019
Exposições Coletivas
- Casa Carioca. Curadoria: Marcelo Campos e Joice Berth. Museu de Arte do Rio – MAR. Rio de Janeiro|RJ. 2020
- O melhor da viagem é a demora. Curadoria: Diane Lima. Valongo Festival . Santos|SP . 2019
- Salão de arte de Ribeirão Preto. Museu de arte de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto|SP . 2019
- Festival Cenas Curtas. Belo Horizonte|MG. 2019
- Curadoria Marcel Diogo. Galeria Mama Cadela. Belo Horizonte|MG. 2019
- Prêmio residência de criação em Artes Visuais. Curadoria:Guga Carvalho. Galeria de arte do Mercado Velho. Teresina |PI.2019
- Como uma quilha corta as ondas. Curadoria Manu Grossi. Casa Azeitona. Belo Horizonte|MG. 2018
- Sangria . Galeria Quartoamado. Belo Horizonte|MG. 2018
- Mostra Tátil. Palácio das Artes. Belo Horizonte|MG. 2018-2019
- Mostra Perplexa – Curadoria: Marco Paulo Rola – Escola Guignard. Belo Horizonte|MG . 2017
- Mostra Interna Escola Guignard – Galeria da Escola Guignard. Belo Horizonte|MG. 2016
Residências
- Pivô Pesquisa. Acompanhamento curatorial: Hélio Menezes. Pivô. São Paulo|SP. 2021
- Residência Outra Margem. Curadoria: Clara Sampaio. Vitória|ES. 2021
- Frestas Trienal das Artes. Programa de estudos. Curadoria: Diane Lima, Beatriz Lemos e Thiago de Paula. Sesc Sorocaba. Sorocaba|SP. 2020
- LAB cultural BDMG Artes Cênicas. Tutoria: Grace Passô. Belo Horizonte|MG. 2020
- Residência Entre Nós. Curadoria: Clara Sampaio. Mosteiro Zen Morro da Vargem. Ibiraçú|ES. 2019
- Prêmio Residência de criação em artes visuais Teresina|PI. 2019
- Residência em pesquisas artísticas. Cefart. FAPEMIG e Fundação Clóvis Salgado. Belo Horizonte|MG. 2018-2019
- Residência Corpos, ligações e formas de percepção com Benoit Lachambre. Belo Horizonte|MG. 2016
Prêmios
- Prêmio EDP artes. Instituto Tomie Ohtake. São Paulo|SP. 2020
- Prêmio residência de criação em artes visuais. Teresina|PI. 2019
OBRAS EM ACERVOS PÚBLICOS
- Contra feitiço. Obra em diálogo com a autora Carolina Maria de Jesus para o acervo de objetos para toque. Museu da Língua Portuguesa. São Paulo|SP. 2020