BRUNO
FARIA
1981 — Recife
Vive e trabalha entre Recife e São Paulo
Serra do Curral – monotipia e colagem sobre papel milimetrado – 46,5 x 34 cm – 2016
Bruno Faria – Serra do Curral – monotipia e colagem sobre papel milimetrado – 46,5 x 34 cm – 2016
Paisagem 97,5FM -Escultura sonora – 40 cm (largura) x 35 cm (altura) x 30 cm (profundidade) – 2013
Bruno Faria – Paisagem 97,5FM -Escultura sonora – 40 cm (largura) x 35 cm (altura) x 30 cm (profundidade) – 2013
1 – Lembranças de Paisagem| Camboriú – Flâmula antiga da década de 60 e pintura – 58 x 28 cm – 2016
Bruno Faria – Lembranças de Paisagem| Camboriú – Flâmula antiga da década de 60 e pintura – 58 x 28 cm – 2016
2- Lembranças de Paisagem| Corumbá – Flâmula antiga da década de 60 e pintura – 58 x 28 cm – 2016
Bruno Faria – Lembranças de Paisagem| Corumbá – Flâmula antiga da década de 60 e pintura – 58 x 28 cm – 2016
3- Lembranças de Paisagem| Petrópolis – Flâmula antiga da década de 60 e pintura – 58 x 28 cm – 2016
Bruno Faria – Lembranças de Paisagem| Petrópolis – Flâmula antiga da década de 60 e pintura – 58 x 28 cm – 2016
BRUNO FARIA
O artista Bruno Faria nasceu em Recife (PE), em 1981. Vive e trabalha entre Recife e São Paulo. Mestre em poéticas visuais pela Escola de Belas Artes da UFMG, desenvolve trabalhos em diferentes mídias como: desenho, escultura, instalação, intervenção e publicação. Veja depoimento de Bruno Faria sobre a intervenção Carioca Itinerante.
Pode se dizer que a pintura é colocada em discussão sem que ela mesma se faça presente, a não ser por meio daquilo que a estrutura, o que está por trás: o desenho. A cor invisível ou coadjuvante – elemento pictórico fundamental permanece velado. Seria, neste caso, apenas o viés de uma aparência, o propósito de “mostrar o que se vê”. No entanto, o que se vê é o que é ou o simulacro inesgotável de sucessão de imagens?
Aonde está a paisagem?
Sob que ponto de vista Bruno Faria a devolve como representação ou pura ironia de quem percebe o mundo a partir de uma postura crítica, imerso à arte, à vida? Podemos dizer que, a perspectiva é um ponto de vista, um ângulo do olhar, uma ilusão ordenada entre o que se sabe e o que se vê. “Pela janela pintada da tela ilusionista, vê-se o que é preciso ver: a natureza das coisas mostradas em sua vinculação”. Cauquelin assim considera: “o que se vê não são as coisas, isoladas, mas o elo entre elas, ou seja, a paisagem”.
Como resultado, então em que lugar localiza-se o olhar do artista? De onde fala? De pontos diversos. Podemos colocar quatro obras, quatro pontos de vista, quatro paisagens. Nenhuma isolada. Em suas diferenças formam elos, articulam-se, promovem uma grande extensão de imagens e idéias, um panorama em linguagens distintas: desenho, vídeo, instalação, performance. Assim, tempo e espaço redimensionam-se no campo da arte, da cultura, da subjetividade.
Movimento dos traços
Podemos entender que Bruno cria desenhos que são realizados por um paisagista. A mão que movimenta o traço não é a do artista, mas sim o pensamento, a construção da ideia que associa a paisagem antiga à notícia veiculada no “Diário de Pernambuco”. Enquanto isso, uma quase-história dá conta de arquivos e registros de décadas e décadas anteriores. Surgem um passado aprisionado em molduras, notícias de antes, desenho recente, solidão imaginada, vivida. Ficção ou realidade? Qual tempo importa? Que ato permanece ou desfaz-se na memória?
Entretanto, um novo ângulo pode impor-se antes que o esquecimento ou a lembrança perdure. Vimos um Panorama se reorganizando, se construindo com rótulos de embalagens, colecionados, recolhidos no dia-a-dia. Na mesma linha, vimos a composição gráfica e os vestígios permanecerem, fornecendo a pista de uma paisagem artificial, associada ao consumo, criada no universo publicitário. Entretanto, um papel milimetrado, adicionado pelo artista, interfere no espaço, promove apagamentos sutis, permite que um ruído redimensione o cenário infinito e estenda-se na linha do horizonte.
Criando um diálogo
Seguindo de paisagem em paisagem, o espectador encontra a si mesmo para perder-se logo depois. Consequentemente, fixo ou em movimento, uma nova paisagem apresenta-se, mais adiante um novo ponto de vista que emerge e, inesperadamente, deixa-se consumir pelo fluxo luminoso. Vimos então a estática imagem urbana se iludindo aos olhos que nela se detém, mas bastando alguns segundos para que o fogo se desfaça a cena citadina e os prédios diluam-se revelando a fotografia presa à parede. Em outras palavras, intervenção do artista ou daquele que constrói, destrói a urbe?
Portanto, a relação entre espaço expositivo e cidade é revista pelo artista que propõe um diálogo entre o fora e o dentro, entre paisagens. Assim, a rua, como zona de experimentação, retoma a mão que desenha, oferece-se aos olhos, permite-se interpretações. De Paris, o transeunte repensa o que vê, faz presente a paisagem invisível àquele que se encontra na galeria. Esperamos o desenho feito pelo anônimo observador chegando por fax, unindo cidades distantes. Assim, territórios tornam-se fluidos, paisagens estrangeiras misturam-se na passagem do tempo, ficam suspensas, entre lugares.
Outras Paisagens
Sabemos que a Escola de Barbizon e os impressionistas deixaram impressos na tela as cenas francesas. Aqui no Brasil, pintores locais e estrangeiros representaram com cores o cenário brasileiro. No entanto, o gênero paisagem já não é mais pintado por Théodore Rousseau, Claude Monet ou por Georg Grimm, nem por José Pancetti e muito menos por Guignard.
Podemos perceber a contemporaneidade se fazendo em outras bases, diferentes pontos de vista não conseguindo abarcar a flexibilidade de territórios, as mutações culturais. Consequentemente, um campo artificial, simulador de realidades se impõe a cada instante, o artista organiza aparências, atento, repensa o mundo das múltiplas paisagens, das móveis e indecifráveis cartografias.
Principais trabalhos individuais de Bruno Faria
Assim vemos em seus projetos, onde partem de contextos específicos e pesquisas históricas para revelar um olhar crítico sobre a arte, a história, a arquitetura e a cidade. Entre suas individuais, destacam-se:
. “Versão Oficial”, MAC – Niterói, curadoria Pablo León de la Barra e Raphael Fonseca;
. “Assalto Olímpico”, Centro Cultural São Paulo (2016);
. “Onde Estão as Minhas Obras?”, MAMAM (2017), curadoria de Clarissa Diniz.
Principais trabalhos coletivos
. “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas” , Museu de Arte do Rio – MAR, curadoria Paulo Herkenhoff e Janaína Melo (2014);
. “Metrô de Superfície II”, Centro Cultural São Paulo – SP, curadoria Bitu Cassunde e Clarissa Diniz (2013);
. “Ititenários, Itinerâncias: 32o Panorama da Arte Brasileira”, MAM – SP, curadoria Cauê Alves e Cristiana Tejo (2011).
Formação
. Mestre em Poéticas Visuais na UFMG.
. PIESP – Programa Independente da Escola São Paulo – SP, coordenado por Adriano Pedrosa e Ana Paula Cohen –ano 2013/14
. Entre 2003 e 2007: Artes Plásticas (licenciatura) – FAAP – SP
. Artes Plásticas (bacharelado) – 2003/06, FAAP – SP
CONHEÇA AS PREMIAÇÕES E PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES DE BRUNO FARIA